Solange Borges, a chef de cozinha que mostra, com suas receitas, saberes e sabores, que o futuro é ancestral
Ela tem 60 anos e desde menina aprendeu com a mãe, Joselita Borges, que a vida é, sim, uma batalha diária, mas com espaço para sempre se reinventar.
Solange Borges, chef de cozinha nascida em Salvador, veio de uma infância muito pobre, cresceu vendo a mãe trabalhar como empregada doméstica e Baiana de Acarajé, nos anos 1970, em Camaçari (BA). “Mainha morreu cedo. Criei, então, meus irmãos e meus filhos com a força e a coragem que ela me ensinou”, revela.
Desde 2014, Solange vem trilhando uma jornada intensa de superação como empreendedora, dedicada ao resgate dos sabores da cozinha ancestral, a comida de seus antepassados africanos, e aos saberes de sua religião, o Candomblé de Angola.
“Ainda muito jovem inverti a lógica. Não queria ser empregada doméstica e não queria isso para minha filha também”, lembra. “Fui estudar, inspirei meus filhos a estudar também e foquei a comida como caminho para me transformar”, reforça a chef baiana.