VENDA AMBULANTE: NA RUA, COM AÇÚCAR E COM AFETO!

Ajudante de pedreiro, vendedor, atendente em padaria. Essas são apenas algumas das profissões que Dimas Barsanulfo de Oliveira, de 43 anos, teve antes de apostar na venda ambulante de balas de coco em um farol de São Paulo. A sua abordagem impressiona.

Além do otimismo e do bom humor, Dimas possui uma forma única de trabalhar: ao oferecer os potinhos de bala, caso a pessoa não tenha o dinheiro em mãos, ele entrega o produto e disponibiliza um cartão com seu contato para pagamento posterior via PIX.

“Cada um tem seu tempo, pode ser logo que sai do sinal ou no fim do dia, mas sempre pagam. Tenho fé nas pessoas.” Dimas Barsanulfo de Oliveira.

Altos e baixos fazem parte da venda ambulante

Quem vê a animação de Dimas no cruzamento e na agitação das avenidas Giovanni Gronchi com João Dias não imagina os desafios que ele já enfrentou. Além de passar por inúmeros empregos, descobriu que tinha depressão e precisou ser internado por alcoolismo.

Foi uma época difícil, mas foi na casa de acolhimento da Comunidade Terapêutica Vencer, em Itapecerica da Serra (SP), que ele começou a trabalhar com a venda ambulante de balas feitas no local e a se destacar pela visão empreendedora e pelo atendimento personalizado.

“Não entendiam por que eu fazia promoção com desconto em quantidade, mas eu buscava ganhar no volume”, explica. Foram três anos vendendo balas feitas na comunidade.

Profissionalizar para crescer

Apesar da baixa nas vendas no início da pandemia e de ter adoecido, contaminado por Covid, Dimas não desistiu e viu a solidariedade surgir de onde nem esperava.

“Sem que eu pedisse, um amigo da minha mãe que eu conheço pelo nome de Roberto, dono de uma fábrica de calçados em Franca, minha cidade, doou duas caixas de botas com 26 pares para que eu pudesse vender. Ele nem sabia no que eu usaria o dinheiro, doou de coração. Vendi tudo e juntei com R$ 600,00 do auxílio emergencial para comprar as panelas, as bancadas de mármore e de madeira e os ingredientes para criar minha receita própria de balas.” Dimas

Com produção e receita próprias, Dimas conseguiu:

• Formalizar seu negócio como MEI
• Padronizar os produtos, criar novos sabores, adicionar cores e moldar tamanhos e volumes diferentes, inclusive para o atacado
• Definir meta diária de venda: 240 potes no mínimo, com capacidade para até 400/dia, seu recorde no farol
• Ampliar a equipe para quatro ajudantes
• Participar de feiras e formar novas parcerias, que estão levando as balas para estações de metrô
• Fornecer 300 potes por semana para revenda no atacado
• Triplicar as vendas nos últimos três meses
• Planejar crescer mais 30% até o fim do ano 

DICAS DE QUEM SABE

Degustação

90% das pessoas que experimentam as balinhas compram

Seja positivo!

"Você pode não vender naquele dia, mas é importante sempre oferecer para ficar conhecido"

Recorrência

Vendas no mesmo local, das 7h às 14h, de 3ª feira a domingo; assim os clientes sabem onde encontrá-lo

Engaje sua equipe

Ajudantes ganham por produtividade e são sempre motivados a produzirem mais e melhor

Inovação e diferenciais

Pagamentos por cartão e em dinheiro foram opções iniciais, mas com o PIX, a abordagem acessível e as mensagens positivas o faturamento cresceu mais

MARIA MARIA BALAS DE COCO EM NÚMEROS

Sabores

coco, morango, leite condensado, limão, leite ninho e maracujá

Preço médio

R$ 4,00 o pote ou três por R$ 10,00

Preço para revenda

acima de 30 potes, R$ 2,50 a unidade

Delivery

acima de 10 potes e vendas por quilo

Faturamento médio

de R$ 10 mil a R$ 12 mil por mês

Pontos de venda

semáforo, estações de metrô e feiras

INSPIRAÇÃO E SONHOS

"O nome 'Maria Maria' é uma homenagem às minhas filhas Maria Eduarda, de 22 anos, e Luna Maria, de 9, e também às muitas Marias que existem no Brasil." Dimas.

“Meu sonho é ter um quiosque e colocar mais produtos de coco, como bolos, bebidas e outras receitas, sem perder a identidade e o diferencial”, completa ele, que já tem parceria com vários outros empreendedores do ramo