COSTUMES E SABORES À MESA
O “desayuno”, como é chamado o café da manhã na Bolívia, é bem simples e normalmente composto por café preto e um pedaço de pão.
É na hora do almoço, ou “almuerzo”, que os bolivianos fazem a principal refeição do dia, com sopas, batatas, arroz, carnes, peixes e queijos. Um costume boliviano é fazer a sesta, ou seja, tirar um cochilo depois do almoço.
Para acompanhar o chá da tarde (normalmente preto, de coca ou mate), comem-se biscoitos leves. À noite, os bolivianos costumam consumir sopas de vegetais e, às vezes, carne. As tradicionais salteñas também são opções para a “cena” (jantar), bem como ovos, omeletes e sanduíches leves.
INTENSIDADE NO PRATO
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Salteña
Um dos pratos mais tradicionais da Bolívia. Trata-se de uma espécie de empanada recheada com frango, carne ou vegetais e um molho bem temperado e espesso. A salteña pode ser encontrada em lanchonetes e feiras de rua e é uma opção popular e econômica de lanche para qualquer hora do dia.
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Pique A Lo Macho
Carne bovina picada, salsichas, pimentões, cebolas e batatas fritas cobertos por um molho picante são os ingredientes que compõem o prato originalmente criado para “homens fortes”, daí o nome.
Também chamada de Pique Macho, a receita criada no improviso tem origem na região de Cochabamba.
Silpancho
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Prato completo, substancial e intenso, que normalmente leva arroz, batatas, carne empanada, ovo e salada de tomate com cebola. Apesar de não ser um prato muito antigo (criado há apenas cerca de 60 anos), caiu no gosto dos bolivianos por incluir ingredientes muito apreciados no país.
Sabor único, saudável e tradicional
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Enquanto por aqui a carne de lhama é considerada exótica, na Bolívia seu consumo é uma prática tradicional, que merece um capítulo à parte. Nativa das regiões andinas, a lhama é valorizada por oferecer uma carne macia e de sabor suave, magra e rica em proteínas, uma escolha saudável para quem não é vegetariano.
Alguns pratos tradicionais bolivianos levam carne de lhama cozida, frita ou crua. O charque, um dos mais consumidos, é usado em ensopados ou acompanhado de batatas e milho. Já o assado destaca o sabor natural da carne por ser feito de forma lenta e há, ainda, pizza e outros pratos modernos feitos com lhama.
Vinhos: altitude que faz diferença
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A colheita é totalmente manual e todos os vinhos são de alta altitude (pelo menos 1.600 metros ou mais acima do nível do mar). Nas altas altitudes, há uma significativa amplitude térmica, resultando em uvas intensas e equilibradas. Entre as principais variedades, estão Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot, Riesling, Moscatel, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
Bebidas frias e quentes
A Bolívia tem algumas bebidas tradicionais que se destacam no mercado local e são excelentes representantes da cultura do país.
A chicha, por exemplo, é uma bebida fermentada, feita a partir de milho e outros cereais, que lembra a cerveja e pode ser alcoólica ou não. Já o singani, destilado à base de uva branca Moscatel, é considerado a bebida nacional e comumente usado em drinks como o chuflay, com gengibre e limão, e o yungueño, com suco de laranja ou maracujá.
O api é uma bebida quente, também feita à base de milho (roxo ou amarelo) e temperada com canela e cravo, normalmente consumida no café da manhã. Outra bebida tradicional é o chá de coca, sagrado em muitas comunidades e apreciado desde a antiguidade por seu sabor característico e suas propriedades estimulantes e medicinais – combate a fadiga e alivia o mal-estar causado pela altitude e a indigestão.
A Bolívia tem cinco regiões produtoras de vinho: Chuquisaca, Santa Cruz, La Paz, Cochabamba e Tarija – cujo Vale Central conta com 80% dos vinhedos do país e uma interessante rota do vinho, imperdível para os amantes da bebid