É lei: o empreendedor pode aplicar preços diferentes aos produtos e serviços de acordo com a forma de pagamento. Mas como lidar com isso sem perder a venda?
Ter dinheiro em espécie na carteira já deixou de ser uma prática comum – o cartão é uma das formas de pagamento mais usadas hoje em dia, seja no débito ou no crédito – e não tem jeito: todas as instituições financeiras cobram a taxa pelo uso da maquininha.
O fato é que quem não tem um grande faturamento acaba saindo prejudicado se não incluir essa taxa do cartão no preço final.
Normalmente, a taxa da maquininha gira entre 3% e 5%, o que reflete uma diferença significativa no lucro. Mas a boa notícia é que a Lei nº 13.455 protege o empreendedor que cobra um valor diferente de quem usa o cartão de crédito para pagar a compra. O problema é que nem todo cliente gosta disso e a relação pode ficar um pouco estremecida. O que fazer nesse caso?
Planejamento e transparência para não ficar no prejuízo
Amanda Coelho, especialista em negócios e empreendedorismo e CEO da Assinatura Consultoria, explica que planejar é a primeira coisa que o empresário precisa fazer, independentemente do tamanho da empresa.
“O negócio precisa estar estruturado em termos de custos para que o empreendedor consiga operar sabendo de suas fragilidades. Não é possível tomar boas decisões comerciais sem o domínio da matriz de custos”, afirma.
Além disso, é melhor evitar que o cliente se sinta enganado. Segundo a especialista, é muito importante deixar as regras claras: “Cada benefício para o cliente deve ser bem explicado para que ele tome a decisão sabendo o que será cobrado. Nunca faça ofertas falsas e evite as letrinhas pequenas, que não oferecem confiabilidade”.
Em outras palavras, a dica de Amanda é: "Avise seus clientes que você cobra a taxa da maquininha".
O QUE FAZER?
Avalie se você precisa mesmo repassar a taxa do cartão para o cliente. Há casos em que não é necessário e, se for, pense na melhor maneira de lidar com a situação. Se você conhece o perfil dos seus clientes, vai saber o que fazer sem parecer injusto.
Você pode escolher algum desses caminhos:
1) Oferecer descontos para quem pagar à vista! Dessa forma, você estimula a atitude do cliente, ele se sente beneficiado e você recebe na hora.
EXEMPLO: Em uma compra de R$ 200, você pode oferecer 10% de desconto se o pagamento for no dinheiro ou PIX, assim o cliente economiza R$ 20 e você não precisa esperar para receber os R$ 180.
2) Diluir a taxa do cartão de crédito no valor do produto ou serviço. Assim, o cliente sabe exatamente quanto vai pagar e não se sente enganado.
EXEMPLO: Supondo que a taxa da sua maquininha seja de 5% e o cliente queira fazer o pagamento em 5x. Na mesma venda de R$ 200, o valor final com a taxa é R$ 210. Você pode sugerir que o cliente pague a compra em 5 parcelas de R$ 42.
3) Ainda dá para ir além: tenha três preços diferentes de acordo com a forma de pagamento que o cliente escolher – dinheiro/PIX, débito ou crédito. Mas deixe muito claro.
EXEMPLO: Ainda considerando uma venda de 200 reais, a sugestão é:
R$ 190 para pagamentos via PIX ou dinheiro (5% de desconto)
R$ 200 para pagamentos com o cartão de débito
R$ 210 para pagamentos com o cartão de crédito (5% de taxa)
O negócio precisa estar estruturado em termos de custos para que o empreendedor consiga operar sabendo de suas fragilidades. Não é possível tomar boas decisões comerciais sem o domínio da matriz de custos” - Amanda Coelho, especialista em negócios e empreendedorismo e CEO da Assinatura Consultori
POR QUE VOCÊ DEVE ACEITAR CARTÃO DE CRÉDITO?
Se o cartão é uma das formas de pagamento mais usadas hoje em dia, quem não recebe esse tipo de pagamento perde a venda e fica no prejuízo. Saiba porque você deve aceitar: