COMO CALCULAR A MARGEM DE LUCRO
Precificar produtos de forma adequada é essencial para qualquer negócio. Mas a estratégia deve considerar uma série de custos relacionados à empresa e à produção
É inevitável: preços bem calculados garantem que os custos de produção, operação e distribuição sejam cobertos, proporcionando margens de lucro justas e competitivas.
“Calcular a margem de lucro adequada é um desafio, mas um planejamento adequado garante que o preço cubra todos os custos, ofereça lucros saudáveis e mantenha o negócio competitivo”, pontua Bruna Bertoli, especialista em varejo e Diretora Comercial da empresa QualyCestas.
Além disso, a precificação correta leva em consideração o valor percebido pelo cliente e a competitividade do mercado. Ao mesmo tempo que preços muito altos podem afastar os clientes, preços baixos demais podem comprometer a rentabilidade da empresa.
Por isso, encontrar o equilíbrio é fundamental para manter o negócio lucrativo.
Ao mesmo tempo que preços muito altos podem afastar os clientes, preços baixos demais podem comprometer a rentabilidade da empresa. Por isso, encontrar o equilíbrio é fundamental para manter o negócio lucrativo.
MARGENS PRATICADAS
Segundo a especialista em varejo, “existem práticas comuns no mercado que ajudam as empresas a balizarem suas margens de lucro com base em padrões de categorias de produtos. No entanto, essas margens podem variar significativamente dependendo do setor, do público-alvo e da estratégia competitiva da empresa”.
Veja a lista de margens comumente praticadas em produtos por categoria, elaborada com a ajuda da profissional:
Produtos de necessidade básica costumam ter margens que variam entre 10% e 20%. Isso ocorre porque são produtos essenciais e de alta procura, incentivando vendas em volume.
Itens de conveniência e premium têm margens acima de 30%, já que os consumidores que buscam conveniência ou exclusividade estão dispostos a pagar um valor adicional.
Para os alimentos perecíveis, é comum operar com margens moderadas de 20% a 30%, mas o cálculo precisa levar em conta perdas por validade e logística de armazenamento.
Produtos sazonais, como panetones e ovos de Páscoa, podem ter margens elevadas, especialmente no início da temporada. Depois, elas caem para evitar estoques encalhados.
EVITANDO ERROS NA PRECIFICAÇÃO
“É importante que cada empresa avalie sua própria realidade. Por exemplo, um restaurante que oferece pratos elaborados pode aplicar margens altas em itens exclusivos, enquanto uma mercearia de bairro precisará trabalhar margens mais ajustadas para competir. Definir uma margem adequada exige um entendimento profundo do comportamento do consumidor, do posicionamento da marca e das tendências do setor”, explica Bruna.
Na hora de calcular a margem de lucro, considere:
Custos diretos: Aquisição de matéria-prima e mão de obra direta, por exemplo. A conta é simples: os gastos com a compra de matéria-prima e os gastos com a mão de obra direta são somados e, depois, divide-se o valor pela quantidade de itens produzidos em um determinado período.
Custos indiretos: Não podem ser atribuídos diretamente por unidade. Exemplos: água e energia elétrica. O critério de rateio é usado para o cálculo: divide-se o total gasto proporcionalmente entre as unidades produzidas, permitindo estimar o custo por unidade de maneira aproximada.
Impostos e taxas: Os tributos sobre vendas, como ICMS, PIS e Cofins, desempenham um papel relevante na precificação. Esses impostos incidem diretamente sobre as operações de comercialização e podem representar uma parcela significativa dos custos totais, impactando diretamente a margem de lucro.
Inflação e variação de preços: Produtos básicos são impactados pela inflação, o que pode aumentar os custos. Por isso, é importante monitorar essas variações e, sempre que possível, negociar com os fornecedores para minimizar o impacto nos preços finais, a fim de manter a competitividade e a rentabilidade do negócio.
