De acordo com o Departamento de Registro Empresarial e Integração, durante o ano de 2023, o Brasil registrou a abertura de quase 4 milhões de empresas. Do total, 83,9% são do setor de comércio e serviços e quase 3 milhões (73,6%) são microempreendedores individuais (MEI).
Os números do Mapa confirmam o poder do comércio (e do comerciante) para a economia do país: o comércio facilita a distribuição de bens e serviços, gera empregos, promove a inovação e contribui, ainda, para o desenvolvimento das comunidades. E é por causa dos empreendedores do setor que tudo isso acontece.
DIA DO COMERCIANTE
Segundo registros históricos, o comércio é uma das atividades mais antigas do mundo. Ao longo do tempo, a troca de bens e serviços mudou – evoluiu de sistemas de trocas diretas para redes complexas de comércio global envolvendo dinheiro. Mas o fato é que o comerciante nunca deixou de ter seu papel de destaque na economia.
Para celebrar, a Lei Federal nº 2.048, de 26 de dezembro de 1953, oficializou o dia 16 de julho como o Dia do Comerciante.
A data é uma homenagem ao dia de nascimento de José Maria da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, um economista e político brasileiro que defendeu o livre mercado e foi fundamental para o desenvolvimento do comércio e da indústria no Brasil.
O poder do comércio está em facilitar a distribuição de bens e serviços, gerar empregos, promover a inovação e contribuir, ainda, para o desenvolvimento das comunidades.
QUEM É O EMPREENDEDOR DO SETOR DE ALIMENTAÇÃO?
A maioria das pessoas que trabalham em bares e restaurantes no Brasil é composta por mulheres, com 52% de participação. Pretos e pardos representam 61% do total.
Os dados são de um estudo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que reuniu informações da Receita Federal, do IBGE, do Ministério do Trabalho e de outras fontes oficiais para traçar o perfil do empreendedor do setor de alimentação no país.
Ainda segundo o levantamento, os microempreendedores individuais (MEI) representam 68% dos CNPJ do setor. Em 2020, antes da pandemia, metade das empresas do setor era MEI. Outro dado interessante: 95% dos bares e restaurantes, atualmente, são ME (microempresas) e têm faturamento de até R$ 360 mil por ano.
Em outras palavras, o food service brasileiro é impulsionado, principalmente, pelos pequenos comércios.
Motivos para EMPREENDER
O que leva uma pessoa a abrir um comércio? O Sebrae afirma que as principais motivações para empreender são:
NECESSIDADE
Pessoas que acabam ficando sem alternativas após serem demitidas ou simplesmente por não terem acesso ao mercado de trabalho.
OPORTUNIDADE
Pessoas que enxergam uma demanda não atendida, desejam explorar melhor as expectativas dos consumidores ou criam uma nova necessidade no público.
REALIZAÇÃO PESSOAL
Pessoas que querem realizar o sonho de trabalhar com aquilo que amam e enxergam no empreendedorismo uma forma de fazer isso.
De qualquer maneira, é essencial obter conhecimento e fazer um bom planejamento antes de empreender. Sem isso, o sucesso do negócio fica comprometido e o empreendedor pode se ver desmotivado diante dos desafios que precisa enfrentar no dia a dia.
Desafios e ESTRATÉGIAS
O mercado de food service brasileiro apresenta desafios, apesar ter iniciado o ano de 2024 com um leve aumento do gasto médio (1%) por parte do consumidor. Isso porque menos pessoas têm consumido no comércio de alimentos – a queda do tráfego registrada no primeiro trimestre foi de 2% em relação ao mesmo período de 2023.
A boa notícia é que o tíquete médio aumentou, mas isso não é suficiente para garantir a tranquilidade do empreendedor. É preciso considerar que alguns produtos subiram de preço e, de acordo com um estudo da Mosaiclab, 66% dos consumidores reduziram seu consumo de alimentos fora de casa por corte de gastos.
Um dos principais desafios do setor é, portanto, trazer o consumidor de volta. Mas vale considerar o fato de que o desemprego tem registrado queda, o que aumenta o rendimento médio real da população, ainda que, ao longo dos últimos 12 anos, o acumulado tenha sido baixo.
*As informações são do Crest, um estudo sobre serviços de alimentação liderado pela Circana em 12 países – no Brasil, o levantamento é realizado em parceria com a Mosaiclab.